quinta-feira, 4 de setembro de 2014

O que impede os treinadores estrangeiros de trabalhar com qualidade no Brasil?

Olá, amigos e companheiros! Como já sabem, sou Rodrigo Coelho (e para os que não sabem também sou Rodrigo Coelho). Volto hoje com um tema polêmico que está em evidência desde o fim da Copa do Mundo: falo do mercado de treinadores estrangeiros no Brasil. Tentarei aqui mostrar pontos que possam ser uteis nas discussões futebolísticas. Serei apenas analista e crítico ao mesmo tempo, espero que apreciem.


Como todos já imaginam, este texto foi motivado pelo imenso clamor da mídia por um treinador de outro país para dirigir a seleção. Será que esta escolha não seria um pouco apressada? Sim, simplesmente pelo fato de não termos tantas experiências com os mesmos em clubes ou talvez pela cultura do futebol nacional (na qual depois de duas derrotas o técnico já começa a balançar no comando). 

Aqueles que pensam que Ricardo Gareca, ex-treinador do Palmeiras, foi o primeiro técnico de fora do país a dirigir um clube brasileiro estão enganados. A lista é longa - vários já passaram pelo Brasil, entre eles os húngaros Nicolas Ladany e Bela Guttman, o paraguaio Fleitas Solich e o argentino Filpo Nuñez, todos estes ainda no século passado e com resultados expressivos nos clubes pelos quais passaram.




Já no atual século a história é totalmente outra: já conhecemos nomes como Lothar Matthäus (Atlético Paranaense -  2006) e Daniel Passarella (Corinthians - 2005) estes dois com poucos jogos no comando e resultados  inexpressivos. O Internacional de 2010 apostou em Jorge Fossati mas demitiu o treinador durante a temporada. Sem esquecer o caso de Miguel Ángel Portugal, que treinou o clube rubro-negro da capital paranaense e foi demitido logo no início deste Brasileirão.

Para que as "apostas" em nomes estrangeiros sejam válidas é preciso uma mudança na mentalidade dos dirigentes dos clubes. Se nem mesmo os técnicos nativos tem tempo hábil e tranquilidade para trabalhar, como um treinador de outra nacionalidade vai conseguir gerir um time com a pressão interna?


O que sempre pesa a favor de nomes como o de Jürgen Kloop (Borussia Dortmund), Pep Guardiola ( Bayern de Munique), Carlo Ancelotti (Real Madrid), entre outros que por vez e outra são citados como candidatos a assumirem a seleção brasileira (algo que atualmente é um grande problema) é o fato de terem grande conhecimento tático e técnico do futebol, fator este que os profissionais nacionais não tem a seu favor, pelo simples fato de não estudarem o futebol e muito menos seus adversários - o que os fazem "morrer" abraçados a seus ideais antigos e ultrapassados.



Aquilo que pesa contra a vinda destes profissionais ao Brasil é a questão do idioma; mesmo o treinador sendo de um país que fale espanhol (que, com todas as suas diferenças, se assemelha ao português) existem sim complicações de entendimento nos ajustes do time. Imagine a dificuldade se o treinador, por exemplo, falasse alemão -  para ambos seria quase impossível.

Para que um dia um destes treinadores estrangeiros possa gerir a seleção brasileira de futebol é necessário que os clubes tenham boas experiências com a situação e também uma mentalidade de trabalho a longo prazo. Se isto não acontecer ficaremos na mesma história que ocorre sempre: se ganhar continua no cargo, se perder está fora.

É isto. Espero que tenham gostado deste texto, comentem e indiquem aos amigos! Espero vocês na próxima semana, um abraço a todos! 

Nenhum comentário:

Postar um comentário